sexta-feira, 18 de maio de 2012

Food Revolution Day,Dias de Portas abertas no Germobanco 2012

Dias de Portas abertas no Germobanco, uma iniciativa da Universidade da Madeira, inserida nas comemorações do Food Revolution Day
PLANTAS COMO FONTE DE MATERIAIS E MATÉRIAS-PRIMAS

[foto: Hypericum perforatum; texto: Nuno Nunes e Dina Henriques]

O reino vegetal é extremamente diversificado, albergando cerca de 300 mil espécies, que ao longo de milhões de anos evoluír...am em estreita adaptação com o meio ambiente. Entre estas, cerca de 10 mil espécies são ou foram utilizadas pelo homem para diversos fins.

O Homem ao longo da história foi aprendendo a conhecer as características das plantas úteis para a sua sobrevivência. As plantas são por conseguinte fonte de conhecimento, de matérias-primas e materiais, para além de alimento. O progresso civilizacional do homem é indissociável das plantas e do desenvolvimento da capacidade para as utilizar na alimentação, na medicina e nas mais diversas indústrias.

O desenvolvimento da indústria teve por base a utilização das plantas, enquanto fontes de matéria-prima, sendo hoje utilizadas na satisfação das mais diversas necessidades humanas.

Na indústria alimentar, as plantas são usadas na produção de óleos e margarinas (ex. girassol, soja, amendoim e milho), de mel e açúcar (ex. cana de açúcar e beterraba), de geleias e compotas (ex. pêros, framboesa, abóbora e pimpinela).

As plantas são essenciais na indústria têxtil, pois o vestuário geralmente é constituído por algodão e linho. A tapeçaria é produzida com a utilização de sisal e cânhamo. O papel é produzido a partir do eucalipto e de outras árvores da floresta.

A investigação e o conhecimento científico permitiram descobrir e desenvolver novas aplicações para as plantas, que até há pouco tempo eram consideradas impossíveis ou improváveis.

Dos novos biomateriais e o uso sustentado dos recursos vegetais depende em muito o futuro e bem-estar do ser humano. Assim, tintas vegetais, à base de milho completamente biodegradáveis, foram desenvolvidas e são aplicadas pela indústria gráfica. Os nossos veículos podem deslocar-se com a utilização de biocombustíveis obtidos a partir da destilação da soja, milho, girassol e rícino.

Outras plantas, como por exemplo a alfalfa, podem ser utilizadas na fitomineração de nanopartículas de ouro, urânio, cobalto e outros metais, e as plantas da família das couves e favas podem são utilizadas na fitoremediação de forma a libertar tornar os solos da contaminação por metais tóxicos.

As plantas aquáticas começaram a ser utilizadas no tratamento de efluentes, com outras culturas a depender da água purificada por estas para o seu crescimento, permitindo o desenvolvimento de sistema de produção agrícola dinâmicos e auto-sustentáveis.

Na Madeira, entre os inúmeros exemplos podemos referir, a utilização de plantas, na indústria madeireira que exporta eucaliptos e criptomérias para a produção de papel e de materiais para construção, na indústria alimentar, o funcho é usado para produção de rebuçados, e na indústria transformadora, onde algumas orquídeas são utilizadas para produzir peças de joalharia.

A barrilha (Mesembryanthemum crystallinum) era antigamente utilizada na produção de sabão depois de incinerada ao ar livre.

O hipérico (Hypericum perforatum) tem o potencial de ser utilizado na indústria farmacêutica como um anti-depressivo. É também utilizado o vimieiro para a produção dos mais diversos materiais desde cadeiras, mesas, molduras e cestos em que estes últimos também podem ser construídos com cana vieira.

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